Jasmim tem vinte e três anos. Anda na universidade, sai com as amigas, namorisca, discute com os pais. Tudo normal. Não é bem assim. Porque ela é muçulmana e vive em Milão. Acredita na paz mas entra em guerra todos os dias, para defender as suas ideias. Ora aos gritos, ora às gargalhadas.
Os gênios (dos quais um exemplar ilustre é o que morava dentro da lâmpada de Aladin) pertencem a um mundo que não é o dos homens nem o dos anjos. Estão a meio caminho, podem ser bons ou maus, mas são sem dúvida muito curiosos. Jasmim é como um gênio: boa, mas muitas vezes furiosa, porque ninguém a compreende. Não a compreende a sua melhor amiga, Amira, que ao fim de vários anos unindo forças com ela, cede (terá mesmo cedido?) a um casamento combinado. Nem os pais, perplexos, como todos os pais do mundo, frente aos ataques de rebeldia de uma garota de vinte e três anos, em busca de identidade. Nem tampouco os jovens ocidentais, sempre prontos a atirarem-lhe à cara insuportáveis, banais e desarmantes lugares-comuns sobre os Árabes. Embora sozinha e desanimada no meio de um turbilhão de contradições, Jasmim possui uma arma potente: a ironia. E nesta história muito verdadeira, Randa Ghazy consegue misturar um forte instinto polêmico com a leveza de quem sabe sorrir de si própria.
Jovem adulto / Literatura Estrangeira