História dos Índios do Espírito Santo é resultado de pesquisas desenvolvidas durante o mestrado nas áreas de História e de Educação na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), realizadas pelas autoras Klítia Loureiro (2006) e Kalna Mareto Teao (2007).
Após um minucioso levantamento documental nas áreas de História e de Educação Indígenas, foi possível perceber a pouca existência de materiais referentes aos índios (Tupinikim e Guarany Mbya) do Estado. Devido à carência de materiais específicos sobre esse tema, muitos professores encontram dificuldades para ensinar sobre esses povos. Essa constatação decorre também de nossa própria experiência como professoras de ensino básico na rede pública municipal de Vitória e na rede estadual e particular de ensino.
Os livros didáticos existentes sobre a história local e a história nacional tratam o índio de forma preconceituosa e equivocada. Os índios ficam restritos ao passado e são retratados somente no período colonial e invisibilizados nos tempos atuais.
Além disso, são considerados como um único povo enquanto existem no Brasil aproximadamente 200 etnias falantes e 188 idiomas. A imagem do índio no livro didático aparece repleta de estereótipos, como índio selvagem, exótico e aculturado. Nos livros de história local, confundem-se os dois povos Tupinikim e Guarani como os mesmos, porém eles apresentam culturas muito distintas. Há uma série de equívocos que não levam em conta as especificidades culturais e os processos históricos diferenciados.
Acreditamos que a elaboração de um livro que aborde de forma específica essa temática serviria de apoio tanto para os professores como para pesquisadores, além de funcionar como material didático para os alunos.