O tema central deste livro é a história da psicologia moderna, mais especificamente o período que se inicia no fim do século XIX, quando a psicologia se torna uma disciplina separada e independente. Além de recapitular, resumidamente, pensamentos filosóficos anteriores, nos concentramos nas questões relacionadas diretamente com o estabelecimento da psicologia como um novo e distinto campo de estudo. O que apresentamos nesta obra é a história da psicologia moderna, e não de todos os trabalhos filosóficos que a antecederam. Contamos a história da psicologia com base em pessoas, ideias e escolas de pensamento, assim como com
o espírito da época que influenciou seu desenvolvimento. Desde o início formal da psicologia, no ano de 1879, seus métodos e objetos de estudo mudavam à medida que cada ideia nova atraía adeptos, passando a dominar a área durante um período. Assim, o nosso interesse concentra‐se na sequência evolutiva das abor‐dagens que definiram a psicologia ao longo dos anos. Cada escola de pensamento é discutida como um movimento inserido em um contexto histórico e social.
As forças contextuais compreendem o espírito intelectual de cada época (o Zeitgeist), além dos fatores sociais, políticos, econômicos, como os efeitos das guerras, do preconceito e da discriminação. Embora os capítulos estejam organizados tendo como base as escolas de pensamentos, reconhecemos que
esses sistemas são frutos dos trabalhos individuais de intelectuais, pesquisadores, organizadores e promotores das ideias. São seres humanos, e não forças abstratas, que escrevem os artigos, realizam as pesquisas, apresen‐tam os trabalhos, divulgam as ideias e transmitem o conhecimento às gerações posteriores de psicólogos. Abordaremos as contribuições de homens e mulheres como figuras centrais, observando que seus trabalhos, muitas vezes, foram influenciados não apenas pelo contexto da época em que surgiram, mas também por suas experiências pessoais. Descrevemos cada escola de pensamento com base na relação com as ideias e descobertas científicas anteriores e posteriores. Cada escola evoluiu ou divergiu da ordem predominante e, por sua vez, inspirou pontos de vista que a desafiaram, que se opuseram a ela e, por fim, acabaram por substituí‐la. O enfoque histórico permite‐nos traçar o padrão e a continuidade da evolução da psicologia moderna. Aqui estão alguns exemplos dos novos conteúdos.
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