Sempre houve uma grande diferença entre a linguagem escrita e a falada, pensando sobre isso eu imaginei: “Eu poderia escrever uma história onde as pessoas falam como no mundo real...” Relutei muito, pois fugir aos padrões literários é uma tarefa arriscada, por experiência própria sei que usar uma linguagem que foge muito do convencional pode afastar os leitores. Mas resolvi arriscar, manterei o narrador neutro e fazendo o uso da norma culta, desse modo o leitor não se sentirá perdido em meio a um vocabulário tão peculiar. O regionalismo, sotaque, analfabetismo e dicção ruim podem gerar uma linguagem tão complicada que chega a ser incompreensível para quem não pertence a aquele grupo. Há algumas pequenas peculiaridades na fala distorcida desse grupo que eu não fui capaz de transpor para a escrita, sendo assim essa obra ainda não pode ser considerada um retrato fiel de como as pessoas realmente falam neste local, mas apenas uma “pintura” feita por um artista sem muita habilidade. Contudo tentarei fazer com que esses personagens se façam entender, do jeito deles.
Não-ficção