“Mamãe se foi’’.
Assim começa a obra _Gramática do lar_ , que utiliza como cenário a São Paulo de um futuro não muito distante, onde um filho, personagem cujo o nome nunca conhecemos, precisa lidar com as consequências devastadoras que descobre sobre a matriarca, ao longo dos sete dias após o seu enterro. Onde começa uma mãe e termina uma mulher? Como é possível viver anos a fio com alguém, sua genitora, e nunca ter, de fato, a conhecido?
Tais são os questionamentos suscitados quando, ao se desfazer dos pertences da mãe, ele depara-se com os escritos dispersos que a falecida deixara para trás. A partir deste ponto, o filho, à deriva num país fragmentado por ideologias políticas, encontra alento em desbravar a mente e alma da mãe ao mesmo tempo em que inicia um relacionamento obsessivo com o psicanalista responsável pelas últimas sessões de terapia dela, e o principal suspeito de influenciar sua morte.
Destes encontros, e conforme tenta equilibrar a vida de professor universitário com os conflitos sociais vigentes, lidando com as ameaças de grupos extremistas, a mãe morta, o filho e o psicanalista embarcam numa jornada até o coração das trevas, até o vazio, onde as coisas saem do controle, ultrapassam todos os limites, e nada resta a ser feito além de destruir uns aos outros.
Drama / Literatura Brasileira / Suspense e Mistério