Pelas ruas da Gamboa, entre solares e cortiços, ou solares transformados em cortiços, ocorrem silenciosamente algumas das grandes aventuras humanas do Rio de Janeiro. Nessas desaparecidas praias aportaram gerações e gerações de escravos, mercadores, ciganos, nobres-portugueses, comerciantes da Inglaterra. Nas suas praças houve espantosas revoltas proletárias, epidemias, lutas, conflitos, entre muito samba, suor e lágrimas. Bairro portuário, bairro de pobres, o tempo passou ao largo, e muito do seu velho casario, íntegro ou quase arruinado, continua de pé. Como os homens se vão e as pedras não falam, o leitor encontrará nestas páginas um pouco do que eles, se pudessem, gostariam de nos contar.