Frankenstein

Frankenstein Mary Shelley


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Frankenstein (Coleção Livro B #12)





Frankenstein de Mary Shelley, 1797-1851 '-' Este é um clássico do gótico e da literatura de terror. Publicado originalmente em 1818, foi adaptado para o cinema várias vezes, e imortalizado na cultura popular. Foi na madrugada de 16 junho de 1816, entre as duas e as três da manhã, que nasceu o monstro maldito que assombra leitores há várias gerações. Com ele, nasceu o género de ficção científica e uma tradição de livros de gelar o sangue.

Foi em 1816, o “ano sem verão”, que Mary Shelley começou a escrever aquele que viria a ser o primeiro Romance de Ficção Científica da História moderna. A ideia surgiu-lhe numa noite tempestuosa de junho, depois de um dos muitos serões passados em redor da lareira da Villa Diodati, uma mansão perto do Lago Lemano em Genebra (Lac Léman -- Lac de Genève), que tinha sido alugada para o verão pelo poeta Lord Byron. Mary tinha apenas 18 anos e, sem saber, tinha mudado o rumo da Literatura. Dois anos depois, Frankenstein viu a luz do dia. O livro tornou-se rapidamente num sucesso e foi elogiado por autores como Walter Scott.
(...)
Apesar de ainda existir, a mansão onde esteve hospedado Lord Byron, atualmente nas mãos de um particular, não pode ser visitada... A separar os dois edifícios existia apenas uma vinha e os dois grupos costumavam juntar-se regularmente. Os dias eram passados a escrever ou, quando o tempo permitia, a dar longos passeios de barco. Porém, o mau tempo daquele “ano sem verão”, uma anormalidade climatérica provocada por uma série de erupções na Indonésia, obrigava-os muitas vezes a permanecer dentro de casa, conversando junto à lareira da Villa Diodati até altas horas da noite:

"Este verão mostrou-se húmido e desagradável, e a chuva incessante obrigou-nos a ficar muitas vezes fechados em casa”, escreveu Mary Shelley em 1831 -- No prefácio à edição de 1831 de Frankenstein, Mary relatou que, nesses serões à luz das velas, com a chuva a cair lá fora, era costume lerem histórias de fantasmas, traduzidas do alemão e do francês. Havia a história do jovem amante que, ao tentar abraçar a sua noiva, se viu nos braços de um pálido fantasma e a do homem cujo destino consistia em dar “o beijo da morte” a todos os descendentes da sua casa assim que estes alcançassem a adolescência.

Um desses serões foi retratado no prólogo de A Noiva de Frankenstein, a sequela de 1935 com Boris Karloff e Elsa Lanchester. O filme, realizado por James Whale, começa com os três amigos, Mary Godwin, que na altura já se apresentava como “Sra. Shelley”, Percy Shelley e Lord Byron, sentados à lareira a conversar sobre Frankenstein, enquanto uma terrível tempestade caía sobre o lago. Numa dessas noites, Byron sugeriu que cada um inventasse a sua própria história de fantasmas. De acordo com Mary, ele próprio terá escrito “um conto, um fragmento do qual imprimiu no termo do seu poema ‘Mazeppa'” e Shelley terá começado uma história “baseada na experiência dos seus primeiros tempos”. O médico e escritor John William Polidori, que se encontrava hospedado na Villa Diodati, teve mais sucesso e foi capaz de criar um conto inteiro — “The Vampyre”, que apresentou pela primeira vez a personagem literária do vampiro tal e qual a conhecemos. "The Vampyre” é considerado o antecessor de obras importantes que têm o vampiro como tema central, como o célebre Drácula, de Bram Stoker.

Mary, porém, parecia incapaz de inventar uma história só sua. “Entretive-me a pensar numa história — uma que rivalizasse com aquelas que nos haviam incitado a esta tarefa. Uma que falasse aos medos misteriosos da nossa natureza e despertasse horror arrepiante… Uma que fizesse com que o leitor receasse olhar à sua volta, lhe gelasse o sangue e lhe acelerasse as batidas do coração. Se não conseguisse estas coisas, a minha história de fantasmas seria indigna”, relatou no prefácio. Porém, todas as manhãs questionava-se: “Pensaste numa história?”. E todas as manhãs a resposta era a mesma: “não”.

A inspiração acabou por chegar na madrugada de 16 de junho, depois de mais um dos serões em casa de Lord Byron durante o qual foram discutidas “várias doutrinas filosóficas” e “a natureza do princípio da vida e se existia alguma possibilidade de ele ser descoberto e comunicado”. O grupo deitou-se já depois da meia-noite e, enquanto tentava adormecer na escuridão do seu quarto, com a luz da lua a tentar entrar, Mary teve uma visão:

“A minha imaginação, sem ser solicitada, possuiu-me e guiou-me, ofertando-me imagens sucessivas que me surgiam no espírito com uma nitidez muito superior aos limites usuais dos sonhos.” Nessas imagens, Mary Shelley viu um “pálido estudante de artes profanas ajoelhado ao lado de uma coisa que acabara de juntar” e “um hediondo fantasma de um homem distender-se”. Graças a uma “poderosa máquina”, Mary viu o “fantasma” mexer-se e agitar-se....

O fascínio de Frankenstein vai muito além do facto de ser uma história de terror, e é por isso que a sua popularidade continua. Como toda a (boa) ficção científica, o livro aborda questões éticas que ainda são atuais, como o uso do conhecimento, que está no centro da obra, ou a criação de vida artificial, tema que seria abordado mais tarde por outros autores como Philip K. Dick, autor de "Será que os Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?" que serviu de base para o filme de Ridley Scott -- Blade Runner (1983).
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http://observador.pt/2016/06/15/frankenstein-o-monstro-de-mary-shelley-nasceu-ha-200-anos/

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on 25/2/24


É um livro que foi escrito a bastante tempo e por isso tem uma escrita mais complicada, confesso que não é minha obra favorita pois achei a leitura um pouco cansativa, no entanto é um livro que te coloca no lugar dos personagens te fazendo sentir suas raivas, dores e indignações, devo comentar também que a história é cheia de reviravoltas, ler este livro certamente é uma experiência única sendo ela boa ou não. De toda forma é um clássico.... leia mais

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