Forças do Mal

Em Forças do mal, Cícero João da Costa Filho investe sua interpretação sobre o discurso antissemita de Gustavo Barroso baseado no “caráter inassimilável” dos judeus, mas também como essa construção barrosiana se encontrava com as discussões além do campo da intelectualidade integralista, dialogando e propondo alternativas a partir de temáticas como a modernização do país, dos projetos de Nação e do “branqueamento” da sociedade brasileira.
Como mostra o livro, as categorias de antissemitismo tradicional e moderno são, em Gustavo Barroso, não muito adequadas, pois o intelectual integralista transitava entre as dimensões religiosas e políticas do antissemitismo em seus escritos. E essa dimensão preconceituosa, elitista, hierárquica e excludente em Gustavo Barroso é embebida de um imaginário que já circulava em setores letrados no Brasil, embora não assentados em torno da figura dos judeus.
A obra auxilia a interpretar não somente a dimensão da crença antissemita em Gustavo Barroso, mas principalmente por que aquilo estava inscrito em uma historicidade, qual fosse as discussões em torno da criação de uma identidade nacional, assim como o fenômeno transnacional dos fascismos. Ou seja, mais que elencar, categorizar e escrutinar os elementos desse discurso, auxilia a compreender a sua dimensão, seus alicerces e suas interfaces.

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