Entender literatura brasileira não é um processo simples, muito menos automático, em que decorar as características das escolas literárias, dos autores, poetas e poetisas seja o único caminho. A compreensão começa com a conexão, o diálogo, entre a escola literária e o momento histórico. Esse contato entre história e literatura facilita, e muito, o processo de aprendizado das marcas de nossa literatura. Contudo, durante meus 17 anos em sala de aula, percebi (e me apaixonei) por mais um, digamos, caminho pra esse entendimento, aprendizado. Conhecer a vida, de forma mais aprofundada, daqueles que colocaram no papel aquilo que pensavam, que sentiam, e se transformaram em nomes consagrados da literatura brasileira. Faço alguns simples questionamentos: Por que Álvares de Azevedo, poeta ultrarromântico, escrevia de forma tão melancólica? Será que era somente para entrar em sintonia com os poetas românticos de sua época? Ou a sua própria vida possuía elementos essenciais para que essa tristeza fosse refletida em sua poética? Por que Manuel Bandeira tinha tanta intimidade com a temática da morte em sua poesia? De que forma Gregório de Matos conseguiu um apelido que, até hoje, marca a sua trajetória como poeta mais importante de nosso Barroco?
Conhecer a vida, intimidade, trajetória de cada nome da literatura brasileira me fez compreender, de forma mais aprofundada, as marcas de nossa história literária. Quero também deixar claro um outro fator de extrema importância: mergulhar na biografia desses autores me tornou, digamos, mais íntimo destes. Saber que nomes tão consagrados tinham vidas simples, com seus afazeres bem parecidos com os nossos, me aproximou ainda mais de suas respectivas literaturas. Então, a ideia desta obra é exatamente esta: trazer você para uma relação mais íntima com grandes nomes de nossa literatura, mostrando que nossos ídolos literários eram, assim como nós, humanos.
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