Nunca, desde de Morangos Silvestres, Bergman lidou com o tempo de uma forma simultaneamente tão clara e tão misteriosa.
Tudo acontece durante um fim-de-semana, num final de Julho, numa casa onde vive o pequeno Pu (Bergman), a personagem principal, os seus irmãos e outros familiares.
Pu, com apenas oito anos, apercebe-se das violentas discussões entre o pai e a mãe e chega à conclusão de que estes não querem continuar a viver juntos. A partir daí, todo o universo de Pu, que necessita de harmonia e estabilidade, se vai desmoronando.
O que Bergman acaba por relatar neste romance, afinal, é a relação conflituosa, violenta e simultaneamente terna com o seu próprio pai, que teme, mas admira e de quem, afinal, gostaria de receber afecto.
Durante a narrativa, Bergman avança e recua no tempo, numa sequência de extraordinários “flashbacks para o futuro”, relatando a conflituosa relação com o pai, até fechar completamente o círculo com a reconciliação.