Fernanflor

Fernanflor Sidney Rocha


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Fernanflor





Fernanflor é o épico, a saga de Jeroni Fernanflor. Uma obra-prima construída com a precisão e o preciosismo com que se constroem os melhores relógios. É lindo e surpreendente o que Sidney Rocha evoca e solidifica com as palavras. E essa obra de arte recebe todo o cuidado desse criador, do texto à concepção estética e gráfica do livro. Só que esse relógio marca o que a ciência não atinge, nunca atingirá. Fernanflor marca o tempo interno. Jeroni Fernanflor é artista plástico, igualmente mestre em sua arte. Ele é um ser invadido por silêncios, e até isso Sidney é capaz de fazer, talvez a maior dificuldade a meu ver: Sidney consegue escrever o silêncio. O silêncio transforma as coisas, as faz crescer. E se seguimos esse épico atentos perceberemos um pequeno rumor, que registra o som dos ossos de Jeroni Fernanflor. Os dele e os nossos, naturalmente. Jeroni Fernanflor pintou os famosos, e sei que seria fama passageira se ele não os tivesse eternizado. Ao mesmo tempo, Jeroni se eternizou. Jeroni torna Sidney apenas um borrão, enquanto ele ganha carne. Sidney Rocha é apenas um instrumento. E Jeroni nos engole. Jeroni me engoliu. Estou dentro dele, agora. Mas o livro acabou. Falo dessa coisa triste que é o livro depois de lido. Fernanflor é um romance fabuloso. Naturalmente, voltarei a ler ou a dar corda para assistir ou fruir a este espetáculo. Quanto aos elementos pictóricos deste livro destaco o capítulo A ilha. Queria fugir da expressão óbvia de que Sidney pinta com palavras, mas não dá. Fernanflor não é apenas texto ou literatura. Fernanflor é uma escritura. E terminar sua leitura é ter no peito o escorpião do remorso ou da tristeza. É quase o que veremos em nosso momento final. Quando não haverá mais a mística só a burocracia. Boa leitura. Sejam engolidos por um vazio maior do que o de Jonas.

Literatura Brasileira

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Sensivelmente pesado
on 9/5/16


Acabei de ler ao livro de Sidney Rocha. Foi uma leitura rápida, intensa, sensível e pesado. Fernanflor é existencial, não linear, atemporal e suave. Tenho como quase convicção que foi esse livro que me escolheu numa amanhã de domingo singular quando a vida me concedeu a oportunidade de ler a entrevista do autor ao Jornal Rascunho intitulada de “O cadáver na porta do quarto” – a identificação foi imediata. Prometi a mim mesmo que deveria ler o livro. A cada pagina virada uma lágrima... leia mais

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Ronoc
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