Eleito duas vezes consecutivas, em 1994 e 1998, Fernando Henrique Cardoso foi o 34º presidente da República brasileira, que, refundada algumas vezes após golpes e contragolpes, renascera em 1988 como “Nova República”. FHC representaria, de algum modo, a vitória desse novo batizado: foi o segundo presidente eleito pelo voto direto após 1988, mas seria o primeiro a governar até o fim de seus dois mandatos e a coroar o rito democrático da transmissão do cargo para outro presidente eleito.
O político que fizera campanha a favor do parlamentarismo no plebiscito do sistema de governo, em 1993, acostumou-se à cadeira presidencial. Beneficiou-se da emenda da reeleição, estendendo sua permanência no cargo por oito anos. Ali, viveria a glória e os tropeços do Real, moeda-símbolo do processo de estabilização da economia que controlou a inflação no Brasil.
Se o legado de FHC foi positivo no controle da inflação e na estabilização da economia, foi negativo no desenvolvimento econômico, na geração de emprego e renda e no combate à fome. Nos últimos meses de governo, com o real em franco processo de desvalorização, FHC não teve credibilidade e popularidade para emplacar seu sucessor.
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