O que teria levado Eduardo Prado a abandonar sua vida de aristocrata em Paris e arremeter contra a República, mal proclamada? Cândido Mota Filho, autor de sua biografia, lembra que "não era Eduardo um homem para ficar, por muito tempo, entre o desânimo e a esperança. Deixou a felicidade parisiense. Esqueceu as suntuosas reuniões que promovia em seu apartamento, onde convocava todos os homens cultos de sua amizade e de sua admiração. Daí por diante, assumiu ares de um convencional suspeito e se tornou alvo de ameaças, insultos e calúnia. Seus amigos inquietam-se com isso. Tudo em vão. Eduardo prosseguiu. Não podia escutar argumentos que punham a conveniência em primeiro plano. Não pertencia a partido político. Não representava qualquer corrente organizada da opinião pública. Punha, tão-só, o seu destino pessoal a serviço de uma causa, que estava perdida sem clamores e maiores protestos".
A melhor prova de sua obstinação é que não desistiu nessa primeira arremetida. Depois dela, lançou novo libelo, A ilusão americana, que, apreendida no dia do lançamento, terminou levando-o ao exílio e fazendo dele o que nunca pretendeu ser, um homem contra um regime.