Esta antologia, em especial, denota muitas outras coletividades. É produto de um concurso literário, que contou com a participação de críticos e escritores na comissão de seleção, e contemplou poemas inéditos e afinados com a atuação do coletivo que o idealizou: o Projeto Enegrescência, voltado à divulgação das literaturas afro-brasileira e africanas, por meio da organização de saraus e da formação de um acervo digital de obras e autores. Com o sarau, o Enegrescência se soma a muitos outros espalhados nas periferias do país e consolida o modelo de recital regular como linguagem política de militantes das palavras, do direito à cultura e de artistas em busca de um lugar no mercado, além de ser utilizado por movimentos sociais de diferentes agendas por seu poder de mobilização. E com o acervo digital, o Enegrescência assume a importante tarefa de demonstrar que, mais do que uma tradição oral, as populações afrodescendentes produziram acúmulos e diversidades estéticas também na tradição escrita/literária, que só carecem de mais ações de preservação e circulação.
Poemas, poesias