A discussão sobre o tema de álcool e outras drogas na sociedade contemporânea, perpassa, em geral, por um discurso moralista, criminalista e punitivista, o que impede uma reflexão crítica e produz um efeito nefasto para o indivíduo e para a sociedade. Nesse entendimento simplista, a droga é encarada como a “metáfora do mal”, situação em que o próprio termo “droga” adquire um significado negativo, reforçado em contextos que não são questionados. Essa metáfora é particularmente apropriada para a construção de reações sociais que carecem de qualquer reflexividade, inclusive na área de saúde.
A complexidade da discussão sobre drogas, na realidade, exige uma visão multidisciplinar, no intuito de buscar desconstruir estigmas e preconceitos reforçados e justificados por questões econômicas, políticas, religiosas e por modos de vida.
A esses esforços, cientistas sociais, antropólogos, historiadores, psicólogos juristas, advogados, economistas, assistentes sociais, educadores, entre outros, somaram estudos e experiências, compondo um painel plural e
crítico sobre o uso, as relações sociais, à venda e às políticas relativas às drogas. Tais iniciativas são expressas à sociedade brasileira nesta publicação.
Medicina e Saúde