É notável que sociedades antigas já buscassem relações entre os estados do corpo e da alma. Em Doença do corpo, doença da alma: medicina e filosofia na Grécia clássica, Ivan Frias demonstra que tal preocupação, principalmente a relativa aos males que atacam a mente, esteve presente no surgimento da filosofia. Um exemplo é Platão, que inaugurou na história da cultura ocidental o conceito de doença da alma. Como afirma o autor, foi revelando os mecanismos de produção dessa doença que Platão apontou uma questão alheia aos médicos hipocráticos. A doença da alma, que antes era um sintoma de uma enfermidade física, passava a ser encarada como uma moléstia de fato.