Este livro analisa a construção de um discurso histórico monarquista do Brasil, que se fez no mesmo momento em que a República procurava se consolidar através da construção de novos símbolos e heróis nacionais. Inserido na intersecção entre a História Cultural e a História Política, a obra chama a atenção para uma versão pouco analisada da nacionalidade, mas que transpassou, de forma singular, diversos aspectos dos debates intelectuais do final do século XIX e começo do XX.
Diante do debate acerca da construção de novos símbolos e heróis, após a Proclamação da República, esta obra faz uma reflexão inversa, ao centrar-se no discurso nacional de um grupo de monarquistas-católicos nucleado em São Paulo. Desta forma, o livro expõe uma visão sobre a nacionalidade singular, sólida e coesa, mas que passou quase despercebida pela historiografia, até o momento. Restauradores como Eduardo Prado, Joaquim Nabuco, Theodoro Sampaio, Afonso Celso, Afonso Arinos, Couto de Magalhães, dentre outros, forjaram laços afetivos e políticos que culminaram na elaboração de um enredo histórico que começava no triunfo português sobre os trópicos, através da mestiçagem, e terminava na desilusão republicana, que, para eles, colocava um ponto final em todo o desenvolvimento da civilização brasileira.
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