Diálogos interseccionais

Este livro, que agora apresentamos e que nos enche de orgulho, poderá ser um pequeno grão de areia de esperança nesse mar revolto que ora vivemos. Como citavam Duby e Lardreau (1989, p. 162), que assim como eu, amavam a História e a respeitavam: Porque gosto de comunicar o enorme prazer que sinto no meu ofício e, sobretudo, porque o creio útil. Creio na utilidade da história bem-feita. Isto é - a proporção justa é difícil -, com lucidez e paixão. As autoras e autores deste livro são, em sua maioria da região Centro-Oeste, terra do grande poeta Manoel de Barros. Durval Muniz de Albuquerque Junior, em seu livro que possui o sugestivo título que já anuncia suas concepções teóricas “História, a arte de inventar o passado”, dedica muitas de suas páginas a este poeta da natureza, reconhecido no mundo inteiro como um poeta maior: Como filosofa Foucault e poetisa Manoel, lembremos que as coisas e as pessoas nunca estão onde as palavras as acham; do lugar onde estamos sempre já fomos embora; as palavras mais escondem que desvelam; por isso as histórias mais verdadeiras são as que parecem inventadas, e por isso a história é invenção de versões plausíveis de nossa trajetória no tempo, para delas nos afastar, diferir-nos (ALBUQUERQUE JUNIOR, 2007, p. 93). Estes/as aluno/as historiadores/as, mestrandos/as e doutorandos/as assim como Manoel de Barros, assim como Durval Muniz, sabem do peso das palavras e por isso talvez, tem como propostas de pesquisas desenterrar os arquivos, entrevistar pessoas, ouvi-las, num lugar muito mais de escuta que de fala, para trazer à visibilidade histórica sujeitos muitas vezes esquecidos, obliterados pelas grandes narrativas. Como fazia Ferreira Gullar em suas poesias, não traem a vida vivia e dão vozes a quem não tem.

Retirado do site da Editora, em que consta o livro disponível para download. Disponível em: https://livrariacirkula.com.br/produto/9786589312406.

História / Sociologia