As novas dimensões surgidas no mundo do trabalho contemporâneo, com a consequente ampliação e o alargamento do trabalho informal, vêm desafiando a reflexão dos críticos das formas atuais de precarização do trabalho.
Dotada de uma lógica acentuadamente destrutiva, a engrenagem do capital objetiva cada vez mais produzir mercadorias (materiais ou imateriais) com o menor número possível de trabalhadores. Como esse mecanismo estrutural é desencadeado em escala global, a informalização do trabalho torna-se crescente e abusiva, gerando um "moinho satânico" que faz com que quanto mais racionais sejam as empresas, mais irracionais sejam suas ações no universo societal. O resultado é evidente: o desemprego estrutural em escala mundial e, com ele, o trabalho informal, as precarizações sem limites, além da violência social, da criminalidade, da expansão da economia política do narcotráfico e muito mais.
Neste livro, Manoel Luiz Malaguti elabora uma série de reflexões em torno do trabalho informal. Para ele, a informalidade é uma dimensão atemporal da sociedade do capital. Sempre presente, mas ao mesmo tempo fugidia. Uma face obscura da modernidade, de difícil percepção, gelatinosa e escorregadia. Um fenômeno que tem conseguido frustrar todos os esforços despendidos em sua compreensão ou mensuração, parecendo querer "envergonhar" as pesquisas de campo e as teorias mais rigorosas.