Como bem nos ensina Laís Chaffe nas orelhas deste livro: "... a boa literatura, não importa o tamanho, não nasce da correria". Pois 67 minicontos de Leonardo Brasiliense, que começaram a ser gestados há mais de uma década, chegaram a ser quase renegados, encontraram agora o registro físico em livro, num belo volume editado pela Casa Verde e não por acaso chamado (desde 2008 pelo menos) de "Corpos sem pressa". Leonardo fixa com palavras imagens, recortes do cotidiano, epifanias, idéias que espocam e brotam do branco das páginas. Os títulos são parte importante das curtas histórias, complementando, justificando, invertendo ou negando o que é dito no texto. As histórias são leves, corriqueiras, não há nada de grotesco ou fantástico nelas. Em algumas há uma preocupação filosófica com as coisas da vida, noutras é antes o olhar bem humorado sobre o acaso ou desenho dos acontecimentos da vida. Contrariando a proposta do livro li quase tudo num fôlego só pela primeira vez, mas retornei a ele com calma nas últimas semanas para conferir a imanência de algo seminal nos minicontos. E essa força ainda estava lá. Belo livro.
AGUINALDO MEDICI SEVERINO
Contos