Santa Teresa não era como as outras cidades, as pessoas que viviam por lá sabiam muito bem disso. Não importava por onde você cruzasse: humanos, vampiros, lobisomens e bruxos te cumprimentariam com um simples “Bom dia!” como se aquele fosse mais um dia atípico em uma cidade tão atípica quanto. Era um verdadeiro ninho do sobrenatural, abrigando todos como e apegando-se a cada um dos seus filhos como uma grande mãe coruja. Mas, assim como Santa Teresa era conhecida por cuidar, ela também tinha a reputação de controlar a vida de todos os seus cidadãos, do seu nascimento ao seu último suspiro.
Porém, mesmo sendo de uma das famílias mais importantes da cidade, na primeira oportunidade que teve, Caterina se negou a seguir o destino de todo lobisomem e fazer a sua passagem, optando por ter uma vida humana e normal. Refutando o seu legado lupino e o manto de alfa que viria em seguida. A adolescente estava completamente ciente da falta de controle que enfrentaria ao ter sua vida fadada, sem direitos a algo normal ou simples — essas duas palavras simplesmente não combinavam com Santa Teresa ou o que ela tinha planejado para o futuro da jovem. A sua única chance para garantir uma vida sem o drama caótico da cidade era abdicando daquilo que a tornaria parte de toda aquela rede sobrenatural, ao menos, era o que ela acreditava.
Não importava o quanto a “não lobisomem” tentasse fugir da própria cidade e de suas peças, o seu destino havia sido predestinado e nada seria capaz de impedir a maldita coroa de rosas de repousar sobre a sua cabeça.
Fantasia