Contos Fantásticos Franceses #1

Sobre o Livro:
Essa seleção de contos tem por propósito apresentar ao público leitor brasileiro algumas faces do fantástico francês. Não cabe aqui uma extensa elaboração sobre o gênero fantástico, já tão estudado. Os contos escolhidos são inéditos em português ou de difícil acesso em nosso idioma e esse foi um dos critérios para a escolha. Aqui, passeamos pelo romantismo, pelo simbolismo, pelo modernismo, não raro amalgamados no estilo de um mesmo escritor, e optamos por abranger uma grande extensão de tempo, sendo o texto mais antigo, escrito em 1864 e o mais recente, em 1936.

Autores e contos:
Em A Estranha Lembrança do Sr. Liserot, de Maurice Renard, um homem compra um quadro com uma paisagem campestre que desperta sentimentos estranhos em seu secretário, o sr. Liserot, levando os dois à procura daquele lugar e à descoberta da origem dos sentimentos do sr. Liserot.
Em No Ventre de Huitzilopochtli, de Gustave Le Rouge, um explorador estadunidense, ao ver que suas mãos descoradas chamavam a atenção de uma moça, resolve contar-lhe sua aventura nos Andes quando sua pele se tornou daquela cor.

Em Volúpia Vermelha, de Jane de la Vaudère, um domador de feras vai ter que enfrentar uma fera muito mais selvagem do que os animais que domina dentro da jaula da principal atração do circo.

Em O Homem Velado, de Marcel Schwob, um homem entra em um trem e encontra no vagão apenas dois passageiros. A viagem que parecia ser tranquila se tornará um pesadelo a partir do momento em que o hipnotismo entra em cena.

Em A Lagarta, de Renée Vivien, um explorador conta a sua aventura quase erótica e surreal, sempre afirmando que, homem forte que era, não havia perdido a razão.

Em As Plantas, de René Schwaeblé, temos o relato nauseante da morte de um explorador e de seus amigos nas garras e tentáculos de plantas selvagens.

Em Psylla, a comedora de ouro, de X. B. Saintine, um homem é visitado e seduzido por uma cobra que aos poucos vai consumindo todos os seus recursos. Fica evidente que a cobra é uma simbologia representando uma mulher, alvo de um ressentimento profundo por parte do autor.

O conto Os Condenados de Ker-Ys, de Joseph-Émile Poirier, é a narrativa de uma lenda bretã que fala de um reino que foi punido com uma inundação e cujos habitantes aguardam no fundo das águas pela sua libertação.

Danaette, de Remy de Gourmont, é uma releitura simbolista e erótica do mito de Dânae, em que Zeus, metamorfoseado em chuva de ouro, fecunda Dânae que viria a dar à luz o herói Perseu. No conto de Gourmont, o ouro é substituído por neve e a ênfase é na atmosfera sensual da cena.

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