Contos de Cidadezinha

Contos de Cidadezinha Ruth Guimarães...


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Contos de Cidadezinha





Ruth Guimarães nasceu em 13 de Junho de 1920, em Cachoeira Paulista (SP). Recolheu estas histórias como quem garimpava ouro, no tempo em que ouro havia. Foi menina arteira, e convivia com as famílias dos peões e colonos da fazenda que o pai administrava, no sul de Minas Gerais. Preferiu sempre a companhia dos mais pobres, dos desvalidos, dos esquecidos. Participou de sua miséria e de seus mistérios. Deles ouviu, com toda a atenção do mundo, os relatos de princesas e príncipes, das espertezas dos caboclos, das andanças de São Pedro pelo mundo, e das aventuras dos animais, do tempo em que os animais falavam. Depois, regalou-se com as histórias contadas pela avó, ao pé da fogueira, nas noites límpidas de Cachoeira Paulista, no estado de São Paulo. A avó traduzia, para a neta menina, as tradições dos índios e dos negros. E Ruth ouviu, muito direitinho. Bem jovem, decidiu recontar essas histórias, segura de que tinha em mãos o tesouro da tradição oral do povo que ela amava. Reuniu num volume os recontos todos de assombração, de duendes e pequenos demônios como o saci, a mula sem cabeça e o lobisomem, e foi procurar o grande mestre Mário de Andrade. Nessa época já era estudante do curso de Letras Clássicas da USP, em São Paulo. Mário de Andrade a recebeu, elogiou, corrigiu e orientou. Mas não chegou a ver o livro pronto, porque morreu em 1948. Ruth preferiu dedicar-se mais às correções sugeridas e lançou, antes, o seu romance “Água Funda”, uma doce história de amor. O livro fez sucesso instantâneo, e chamou a atenção de Antonio Candido, Nelson Werneck Sodré e Guimarães Rosa, entre outros escritores e críticos que escreveram sobre ele. Em 1950, quando então lançou o livro “Filhos do Medo”, ampla pesquisa folclórica sobre o diabo e todas as manifestações demoníacas no imaginário do homem do Vale do Paraíba, a publicação lhe valeu um verbete na “Enciclópédie Française de la Pléiade”, publicada pela Editora Gallimard, sendo Ruth Guimarães a única escritora latino-americana a receber esta distinção. Foram os primeiros de mais de 50 livros, de contos, pesquisas folclóricas, traduções do francês e do latim, e peças de teatro. Foi professora de língua portuguesa durante 35 anos em colégios estaduais. E ainda conseguiu tempo de fazer o curso de Dramaturgia e Crítica Alfredo Mesquita. De produzir reportagens para a Revista Quatro Rodas e Revista do Globo. E escrever, por anos e anos, crônicas nos jornais Folha de S. Paulo e Vale Paraibano. E de integrar o Conselho Estadual de Cultura, ao lado de Inezita Barroso. E de promover exposições de manifestações folclóricas. Em 2008 tornou-se a primeira escritora negra a integrar a Academia Paulista de Letras, tornando-se a imortal da cadeira número 22. Conviveu com escritores da maior importância no Brasil e no mundo, e que dedicaram a ela amizade e admiração: Lygia Fagundes Telles, Antonio Candido, Jorge Amado, Maurício de Sousa, Tatiana Belinky, Osman Lins, Marcos Rey e muitos outros. Ruth faleceu em 21 de Maio de 2014, mas continua viva nas histórias que encantam as imaginações.

Contos / Ficção / Romance

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Cleber Braga
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