Quando Antônio Teixeira e Carlos Martins resolveram fazer um cinema, pensaram em um espaço para a elite que se hospedava no seu Grande Hotel ou ia assistir as óperas no vizinho Theatro da Paz. O Olympia seria o primeiro cinema de Belém a ser considerado "uma casa de espetáculos", longe da "brincadeira de feira" ou de "uma novidade sem futuro" como previam os invetores do Cinematographo, Louis e Auguste Lumiére que alguns repetiam com desdém.
A época ainda exibia resquícios da fase áurea da extração do látex das seringueiras nativas ou, como se considerava, "gomme époque" na assimilação da característica local da "Belle Époque" francesa. Essa lembrança permitiu que os idealizadores do cinema trabalhassem uma sala de espera com mármore de Carrara e um salão de projeção com poltronas e ventiladores, "da última geração", colocando nesses espaços duas "orchestras" para dar o tom de "finesse" objetivado.
Em 100 anos o Olympia mudou detalhes arquitetônicos, mas persistiu na caixa construída e jamais mudou o nome ou parou suas atividades por um tempo superior a seis meses. Deixou no passado , apenas, a letra "y" (que retomou agora). É, portanto, uma relíquia histórica da capital paraense. Um pedaço que projeta não só esse passado,em filmes antigos, como se faz projetar no seu tempo de vida ostentando o recorde de "cinema mais antigo do país" dede que consideradas as suas características.