O livro de Patrick Gilli examina as cidades italianas durante o período comunal, aquele em que adquirem autonomia jurídica em relação ao senhorio, seja do alto clero, seja dos grandes senhores laicos. Essa autonomia, detidamente examinada, no entanto, não aparece como o desenvolvimento paralelo de uma nova sociedade. Sem se preocupar em seduzir o leitor com a exploração excessiva de pretensas rupturas, o autor nos apresenta novidades que surgem de estruturas sociais, políticas e jurídicas herdadas, embora envolvidas em uma dinâmica de transformação contínua.
Considerando em primeiro plano a originalidade medieval das cidades italianas, Gilli vê seu processo de constituição como a marcha da Europa cristã ocidental “para a soberania jurídica e política”.