"China - O Despertar do Dragão" é uma viagem à cultura, à história e ao milagre econômico chinês. Saiba como a China se tornou admirada e temida. Conheça a superpotência do século XXI.
Luís Giffoni visitou a China pela primeira vez em 1989. Encontrou o país, que se aprontava para a globalização, ainda fechado e vivendo sob o trauma do massacre da praça da Paz Celestial. Dezoito anos depois, quando o escritor retorna a Pequim, o massacre é assunto proibido por lei, e pouco se sabe do destino de vários dos estudantes que ousaram desafiar o poder, pedindo mais liberdade e democracia. O que se sabe é que a China, sem mudar essencialmente o regime político, tornou-se potência mundial, sem limites previsíveis para seu crescimento. Como sintetiza Giffoni, é um país superlativo.
Esta viagem ao milagre chinês não tem a finalidade de explicar como se deu a transformação. Para isso, aliás, nem é necessário ir até lá; basta estudar nos manuais de economia, geopolítica e história. Mas Giffoni, dotado de uma curiosidade transoceânica, faz mais, pois o que o motiva é sentir na pele o roçar das cidades e suas esquinas, provar os hábitos e a comida, perceber o cotidiano e as pessoas.
Hotéis, livrarias, bancas de camelô, nada escapa ao olhar do viajante que quer desvendar o mundo e compartilhar esse conhecimento. E ele o faz entremeando a observação do presente e a pesquisa, reconstituindo a história dos povos que dão rosto ao país, confrontando as idosas tradições culturais e a juventude que se ocidentaliza. A densidade da informação econômica, histórica e política tem seu peso aliviado pelo humor e pela ironia. O resultado é sofisticação e leveza, que, a propósito, formam a matéria-prima da seda.
Depois de recolher em “Retalhos do mundo” e “O reino dos puxões de orelha e outras viagens” suas andanças pelas Américas, Europa, parte da Ásia e da África, o escritor dedica um livro a um único país. Justifica-se. Desde a lendária viagem de Marco Polo, a China detém lugar especial no imaginário do Ocidente. E, hoje, ocupa também um lugar no pesadelo dos governos ocidentais. O que este livro mostra, ao descerrar a “cortina de bambu”, é um país luminoso e assustador, como o dragão, que nos encanta e assombra.