Os cães não têm simplesmente a natureza de Buda: sua própria natureza canina é natureza de Buda. E o que os torna pequenos Mestres Zen peludos, salivantes, latidores, pedintes, brincalhões? Bem, há um koan, ou ditado budista, do mestre Zen Shunryu Suzuki, do século 20, que o resume sabiamente: “Há algo de blasfemo em se falar de como o Budismo é perfeito como filosofia ou ensinamento se não se sabe o que ele realmente é.” A nosso ver, Suzuki não poderia ter dito melhor. Nunca deveríamos presumir que presumimos saber. E menos ainda um cachorro. E é exatamente esta a pista do Cão Zen. Mesmo nos piores dias de cão, os cães se sentam, param e abanam o rabo para expressar devoção, honestidade, lealdade, amor, compaixão e alegria – as mais puras qualidades Zen. Isso é tão visível quanto o focinho frio e úmido em suas caras. Os cães vivem o momento presente. A cada minuto que começa ou acaba com o próximo osso, bola, migalha de pão ou até com o cheiro realmente desagradável que venham a farejar, os cães vivem a verdadeira alegria da vida.