Mosteiro da Anunciação, Goiás Velho. A renovação conciliar insistiu na participação ativa, interior, consciente... também no canto. O dado cultural influi poderosamente na participação e na vivência plena do mistério celebrado. Daí a necessidade, prevista pelo Concílio, da adaptação à cultura da comunidade celebrante. O latim e o Gregoriano são expressões culturais genuínas, porém não são a expressão cultural própria da comunidade celebrante do nosso mosteiro. Optar pela língua e pela linguagem comum a todos é, portanto, uma opção ao mesmo tempo pastoral e teológico-litúrgico-espiritual. É criar as condicões mínimas para a participação. Em nossa experiência, a mesma força espiritual do Canto Gregoriano pode vir também de criações e expressões religiosas da cultura contemplativa, assim como da tradição religiosa brasileira popular. Também nestas tradições encontramos raras pérolas de valor artístico e espiritual-contemplativo. Para guardar o vínculo com a tradição do rito romano, pode ser interessante usar adaptações de algumas peças do Canto Gregoriano na língua do povo. Temos cantado assim o Pai Nosso em português numa melodia gregoriana e ainda uma adaptação do Exultet pascal, feita pelo Pe. Reginaldo Veloso, em português, inclusive com uma possível adaptação a um rítmo brasileiro. Às vezes cantamos uma ou outra antífona mariana, em latim, principalmente a "Salve Regina".