Na América Latina, o processo de libertação não consiste apenas na tarefa de construir um futuro. Trata-se de reconstituir o caminho a partir dos primórdios de nossa civilização. É preciso remontar às raízes, para descobrir e entender os fatos que produzem no nosso Continente dominação, exploração, marginalização e opressão. Descobriremos, a partir daí, os elementos verdadeiramente libertadores. Aí encontraremos também a condição para evitarmos o reformismo, a mistificação e os desvios, que são obstáculos a uma transformação radical das estruturas desumanas e das ideologias que as legitimam. Ao mesmo tempo, iremos ao fundamento, sobre o qual se alicerça um futuro esperançoso, que contenha os sinais do Reino de Deus.