Após viver naquela grande festa parisiense dos anos 1930 (temporada que rendeu os clássicos Trópico de Câncer e Trópico de Capricórnio, além de ter sido muito bem retratada em Dias de paz em Clichy), Henry Miller voltou, em 1942, a seu país natal e ali se estabeleceu definitivamente e apaixonadamente. É neste momento que tem início a narrativa do romance Big Sur e as laranjas de Hieronymus Bosch , publicado originalmente em 1957, no qual Miller retrata, num fluxo narrativo, uma das regiões mais coloridas dos EUA e sua idiossincrática fauna humana - escritores, artistas, crianças e vagabundos iluminados. Em Big Sur e as laranjas de Hieronymus Bosch , Henry Miller faz as pazes com seu país. O livro é, acima de tudo, uma declaração de amor ao lugar no qual o escritor escolheu para viver até o dia de sua morte. Para Miller, Big Sur era o verdadeiro Éden, o definitivo Jardim das Delícias Terrenas retratado pelo pintor Hieronymus Bosch.