Maria Judite de Carvalho (1921-1998) foi uma escritora portuguesa, unanimemente considerada uma das vozes femininas mais importantes da literatura nacional do século XX.
A obra ficcional de Maria Judite de Carvalho conjuga uma visão desencantada da realidade, preservada de sentimentalismos, com a observação irônica da sociedade burguesa, centradas na focalização de personagens existencialmente situadas perante situações-limite ou confrontadas com o vazio da existência humana.
Estreou-se com o livro de contos Tanta Gente, Mariana (1959) e foi galardoada com o Prêmio Camilo Castelo Branco pela coletânea As Palavras Poupadas (1961). Além de contos, publicou romances e cronicas, cultivando também o jornalismo.
Publicou Paisagem Sem Barcos (1965), Os Armários Vazios (1966), Flores ao Telefone (1968), Os Idólatras (1969), Tempo das Mercês (1973), A Janela Fingida (1975), O Homem no Arame (1976), Além do Quadro (1983), Seta Despedida (1995), A Flor que Havia na Água Parada (1998) e Havemos de Rir? (1998). Reuniu parte das suas crônicas em Este Tempo (1992) e Diário de Emília Bravo (2002, póstumo). Foi condecorada pela Presidência da República com o Grande-Oficialato da Ordem do Infante D. Henrique, em 1992 e recebeu, a título póstumo, o Prêmio Vergílio Ferreira, pelo conjunto da sua obra, em 1998.
Apesar da notória qualidade e profundidade da sua obra e da sua escrita (entre o cômico e o grotesco, num registro ora trágico, ora ironicamente perverso), a autora permanece ainda desconhecida do grande público.