náufraga, tua pele embolorada de algas, mofo à gauche, como a conchinha rosa e o cartão de respirar os pés. lavo o sexo na espuma das memórias da rua-festa. Campos Elísios, Santa Cecília, penso na dor de dente daquela menina na rua, miserável feito amores de celular. quando me levanto pra respirar, sinto o cheiro da dona Luiza e o vento de Hong Kong a me pentear os cabelos. faço os inventários como forma de te esquecer, deixando abertos os poros que respiro feito os corais. ainda ontem, depositei palavras nossas no box embaçado do banheiro. meu corpo ainda te resvala na horizontal e aos poucos sucumbe ao peso inevitável de ser âncora.
Poemas, poesias