Reconhecido à data de publicação como um dos mais importantes contributos para a compreensão do totalitarismo, e mais tarde considerado um clássico, As Origens do Totalitarismo ganhou entretanto o estatuto de história definitiva sobre esta realidade política. Começa por explicar a ascenção do anti-semitismo na Europa oitocentista, para de seguida analisar o imperialismo colonial europeu de 1884 até ao deflagrar da Primeira Guerra Mundial. A parte final do livro analisa as instituições e a acção dos movimentos totalitários, centrando-se nas duas formas genuínas de governo totalitário do nosso tempo: a Alemanha nazi e a Rússia estalinista. Neste ponto, Arendt descreve a transformação das classes em massas, o papel da propaganda no mundo não totalitário e ainda o uso do terror como requisito essencial para esta forma de governo. No brilhante capítulo final, Arendt analisa o estado de isolamento e de solidão dos indivíduos enquanto pré-condição para o domínio absoluto pelo Estado totalitário.
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UM CLÁSSICO DOS ESTUDOS POLÍTICOS E SOCIAIS / (Gonçalo Maia Marques):
Este trabalho de Hannah Arendt faz-nos mergulhar profundamente nos sinais e reflexos de um “passado doloroso” que não podemos, nem devemos esquecer. Além de ser um trabalho notável de pedagogia da memória, é um estudo prospectivo que nos faz olhar para o nosso tempo com atenção e vigilância. Qualquer humanista deve ler este livro, extremamente bem escrito, clarividente e sugestivo nas suas perscrutantes reflexões.
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