As 7 Pragas do Brasil Moderno

As 7 Pragas do Brasil Moderno Joaci Góes


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As 7 Pragas do Brasil Moderno





“O Brasil não é para amadores”, disse uma vez o maestro Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim. O gênio Tom viveu o bastante na ca­pital mundial dos amadores, o Rio de Janeiro, para vivenciar isso como poucos. E, quando o fez, também tinha passado por fugaz estada na pátria dos mais profissionais de to­dos, os Estados Unidos da América. Pois bem, se há um profissional nes­se Brasil errático e sem rumo em que nascemos e teimamos em sobreviver é Joaci Góes, o autor deste livro.

Nossa República do Pixuleco é também a pátria de gênios da lite­ratura, como Machado de Assis, e da sociologia, como Gilberto Freyre. Teve sua certidão de nascimento assinada por um gênio da raça, o cientista e político José Bonifácio de Andrada e Silva, e seu atestado de maioridade lavrado pelo hábil Joa­quim Nabuco. No entanto, não fo­ram esses titãs que a construíram tal como a conhecemos atualmente, depois da nódoa da escravidão na Colônia e no Império, que ainda nos marca até hoje, e do enriquecimento vertiginoso e espetacular a partir da Primeira República. Ao contrário do que predisse Stefan Zweig, este não é o país do futuro, mas o paraíso das oportunidades perdidas.

Assim como o Egito dos sonhos de­cifrados pelo hebreu José, sete pragas nos assolaram, e o baiano Joaci tem a competência, a vidência e a paciência de enumerá-las. Somos fruto de escolhas erradas na educação de má qualidade, que garante a permanên­cia da desigualdade profunda e in­justa. Com vigor e coragem, e num estilo sóbrio e elegante, este ensaio diagnostica o erro de não dar ao po­bre um programa de saúde com a eficácia do que assegura ao gado va­cum. Ou seja: a terra do Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, produz grãos e carne em condições de competir nos mais exigentes mercados do mundo. Para isso, combate a aftosa com êxi­to, enquanto seu cidadão ainda hoje morre de fome, febre e fadiga.

A violência ancestral dos coronéis de baraço e cutelo é repetida na tira­nia dos quadrilheiros que semeiam a insegurança com a tácita cumplicida­de das milícias armadas pelo público urbano para assediá-la. A impuni­dade delas ameaça a vida dos cida­dãos honestos que sustentam a súcia de canalhas que assaltam nas ruas e nos gabinetes, e têm garantida uma omertà nojenta e inviolável. Essa má­fia corporativa, acoitada pelo sistema partidário permissivo e impermeável, se sustenta na ignorância, que garan­te sua reprodução interminável. As­sim como favorece a improdutivida­de que não permite ao país disputar em condições de igualdade a guerra do comércio internacional, a não ser no agronegócio, mercê de uma arro­gante ignorância gerencial e da infra­estrutura indigente.

Se for incapaz de entender o re­cado incômodo expresso neste livro, o Brasil será também uma causa perdida.

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Marcos
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31/10/2015 18:53:57