Aelita, romance de ficção científica de autoria de Alexei Nicolaievich Tolstoi, famoso escritor russo, um dos pioneiros da literatura de antecipação.
Que faria você se deparasse com um grosseiro cartaz grudado a um muro, em que lesse estes dizeres: «O Engenheiro M. S. Loss convida aqueles que desejarem voar com ele, no dia 18 de agosto, para o planeta Marte, a comparecerem para conversações pessoais, das seis às oito da noite, no cais Jdanov, casa 11, fundos ? Aceitaria o convite? Ou daria de ombros, considerando o episódio coisa de doido?
Gússiev, velho soldado de muitas campanhas, topou a parada. Foi conversar com o engenheiro e partiu para a estranha aventura. Aelita narra exatamente essa proeza espacial dos dois personagens, e o faz com tal eficiência que, ao cabo de algumas páginas, o leitor não mais pertence à terra. Vive, primeiro, no espaço; vê, lá do cosmos, a velha e boa terra; e, finalmente, passa a residir em Marte. Marte, então, deixa de ser uma ficção, tal o poder narrativo de Tolstoi. Transforma-se numa realidade.
Estranhas e extraordinárias coisas acontecem a Loss e Gússiev – esses D. Quixote e Sancho Pança cósmicos. Nas páginas coloridas e imaginosas de Aelita, a fantasia vai se multiplicando em episódios e situações, todas atraentes, sugestivas, de tal forma que o leitor quer chegar ao fim da história. Ao concluí-la recebeu uma admirável e bela mensagem de amor e fruiu de inesquecíveis momentos de poesia e prazer estético.