Jean-Paul Sartre dizia que a morte era o fim, a parede, a impossibilidade do ser. Já outro filósofo, Blanchot, dizia que a morte era uma condição necessária para a literatura, pois para que ela fosse feita o autor teria que, figurativamente, "morrer" para dar lugar à obra - esta sim essencial. Este livro traz uma série de textos, pura literatura. Pequenas mortes, pois suas autoras, como queria o filósofo, "morreram" para que suas obras aqui estivessem impressas e eternizadas. Vários textos - várias mortes metafóricas - engendradas por uma falta nada metafórica - a falta que Sônia Peçanha faz para esse conjunto de autoras. Não somente como mentora ou professora, mas sobretudo como ser humano que, ao longo de muito tempo de convívio, perpetrou trocas preciosas e deu dicas primorosas para que essas autoras atingissem o grau de inventividade e de potência metafórica que vemos neste livro.
João Peçanha
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