"Redigido em sete partes, denominadas Diário do ventríloquo, e dois adendos, Miséria crítica e O fim e o início, o livro proclama a morte da poesia, uma garota perdida, envaidecida a respeito de si mesma, enganada por cafetões e outros animais de uma fauna urbana violenta e abjeta. Talvez não se devesse dizer a morte da poesia, mas a dissolução do simulacro. A cena literária apresentada é nauseante e não há outro recurso se não pisar no acelerador, arremeter o carro, o avião, a si mesmo contra o muro. Só a quebra do simulacro pode restituir à poesia não a dignidade, mas o poder. Só a falência e a destruição do banquete bufo no qual se encontram os poetas e os produtos de sua escrita serão capazes de reinaugurar na poesia a sua capacidade de criar e recriar o mundo. Mas esta é, grosso modo, a fábula. E o livro é mais do que ela, ele a transcende." (Micheliny Verunschk Pinto Machado - in Bordas. Revista do Centro de Estudos da Oralidade, n.1, p. 94-95, 2014.)
Poemas, poesias