Eduardo Vizer, no seu vigoroso texto, nos sugere que as ciências da comunicação podem realizar um aporte considerável tanto à compreensão quanto ao diagnóstico e intervenção social, algo que passa pelo enfrentamento de desafios – como o de “produzir um saber transdisciplinar e, ao mesmo tempo, acessível às pessoas”. A comunicação também deve desenvolver um “discurso do método” associado à prática de intervenção e à construção de espaços de participação. A comunicação implica não só no processo de recriação de vínculos e do laço social, mas também sua concretização em atos e valores. “A comunicação, enquanto práxis, deve ser o lugar do sentido e da significação”, diz Vizer.
O texto de Eduardo Vizer não é bom apenas porque “vem de dentro”, no sentido de ter sido produzido nos bancos acadêmicos da própria América Latina. Suas qualidades superam longamente esse “atributo” e sua geografia, e se destacam porque se trata de uma reflexão em que “as respostas falham”. Seu propósito foi o de organizar, de uma forma culta e densa, interrogações para serem meditadas com paciência e elaboração, nas distintas temporalidades daqueles que com ele vão refletir.