A Religiosa é um romance do escritor francês Denis Diderot, publicado em 1796.
Em A Religiosa - história das desventuras da jovem Suzanne Simonin, enclausurada contra vontade num convento - Diderot oferece-nos um quadro preciso e completo dos sentimentos profundos e elementares; no romance, o desejo, o ódio e a desesperança estão sempre em cena. A Religiosa, cujo tema marcou forte presença na sensibilidade literária do século XVIII, contém pureza e violência trágica que são o carro-chefe da arte visionária que anuncia novos tempos.
A obra dá seguimento a seu projeto de levar ao público leitor o que de mais significativo o grande pensador das Luzes produziu no plano do ensaio filosófico, científico, literário e no largo espectro de temas e interesses que a sua atividade de escritor percorreu. Nesta narrativa, desenvolvida como uma epístola memorial de uma jovem obrigada a sujeitar-se às ordens monacais, o romancista leva sua pena aos recônditos das emoções e das vivências de uma personalidade tiranizada por imposições contra as quais todo o seu ser, no vigor da juventude, se rebela. No mesmo lance, entretanto, e em contraposição, enquadrando as ações da personagem nas condições que a envolvem em termos sociais, consuetudinários, morais e psicológicos, o enredo desenrola um quadro revelador não só das práticas monásticas imperantes, como da sociedade, sobretudo em seu estrato mais burguês, no século que marcou a história com a Revolução Francesa. Esta criação tão profunda e tão polêmica, nascida de uma mistificação promovida pelo autor e por seu amigo Grimm, ultrapassa em tudo a jocosa leviandade que a disparou, para, numa ficção genial, reunir primorosamente a voz e a persona da jovem religiosa, com o discurso e o reclamo de uma época que ecoa, ao mesmo tempo, os anseios mais profundos da humanidade.
Drama / História / Literatura Estrangeira / Psicologia / Romance / Sociologia