Fascinante trabalho de Abguar Bastos. O livro mostra as excentricidades da culinária amazônica e os significados que regem a prática alimentícia. Sem dúvida, o que mais chamou minha atenção é o espaço dado à antropofagia, costume bastante confundido com o canibalismo. Embora o cenário estudado pelo autor não seja mais o mesmo (a pesquisa aconteceu na década de 80), as informações contidas nas 148 páginas do livro mostram o quão curioso é o paladar dos indígenas. Na selva, o apetite e as obediências ritualísticas trazem à tona relações que surpreendem o entendimento do “homem branco”. Para uma pessoa como eu, que no passado caiu em delírio por causa da história de Artemísia II, a leitura de um trabalho como esse motiva novas abordagens a respeito do incomum, do extravagante. (DRO)