Desde quando existe no planeta algo que podemos chamar de humanidade? É essa pergunta que os autores tentam responder neste livro, sob um viés evolutivo. Muitos critérios já utilizados na história da paleoantropologia para definir o humano. Entre esses critérios, os mais empregados foram a bipedia, os cérebros grandes, o comportamento aprendido, a a organização social complexa. Entretanto, estudos comportamentais realizados nas últimas cinco décadas mostraram que esses atributos ocorrem, em alguma escala, entre nossos parentes mais próximos: os chimpanzés, os gorilas e os orangotangos, e mesmo entre animais bastantes distantes de nossa filogenia, como insetos sociais, pássaros, baleias e golfinhos. Na verdade, sabemos hoje, que a única característica que nos aparta completamente do resto do mundo animal, e até mesmo de nossos ancestrais, é a capacidade de simbolização. Os seres humanos são esponjas de significado, atribuindo sentido a todas as coisas, aos fatos e à própria vida. Vivemos suspensos numa teia de significados. Portanto, se queremos responder à pergunta acima, é fundamental buscar no registro arqueológico e paleoantropológico evidências materiais de comportamento simbólico. É isso que fazemos neste livro.
Biologia / Didáticos / Técnico / Educação / História / Não-ficção / Sociologia