Antes de ser uma marca de cosméticos, Helena Rubinstein teve um destino. E que destino! As pessoas conheciam a milionária coberta de joias, a imperadora da beleza que transformou a imagem da mulher estendendo-lhe o espelho da juventude eterna, trabalhadora obstinada, mas sabiam que essa “Hearst em escala feminina” foi inicialmente uma pequena polonesa? Nascida em 1872 no bairro judeu de Cracóvia, a mais velha de uma família de oito meninas, Helena soube dizer não às convenções. Permaneceu livre e impôs sua opinião. Da Austrália, onde se exilou com a idade de 24 anos, pioneira dos cuidados de beleza, a Nova York, onde morreu aos 93 anos, a vida de Helena Rubinstein foi um romance no qual se cruzam todos os talentos da época, de Poiret a Coco Chanel, passando por Louise de Vilmorin, uma saga cintilante, composta de crashes de Bolsas e sofrimentos por amor, dramas conjugais e diamantes quebrados. Na escrita vivaz de Michèle Fitoussi, Helena Rubinstein é a ilustração em atos de um século de conquistas para as mulheres e pelas mulheres: “Se eu não o tivesse feito, outros o fariam.”