A Moral da Máscara

A Moral da Máscara Patrice Bollon


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A Moral da Máscara





1830. Os românticos sacudiam com orgulho uma imensa cabeleira, raspada nas têmporas para conseguir uma testa maior, que alojaria pensamentos geniais. As moças bebiam vinagre e suco de limão para conseguir uma tez pálida e doentia. Todos usavam roupas com tons sombrios e melancólicos.

1940. Um bando de zazous desafia a ocupação nazista e o racionamento de tecidos durante a guerra, perambulando o dia inteiro nos Champs-Elyséés com casacos compridos, calças tubo estreitas e arregaçadas no tornozelo, enormes topetes e mãos carregadas de anéis.

1960. Os hippies escandalizavam a sociedade com seus cabelos compridos, roupas de cores psicodélicas, dezenas de colares e tatuagens.

1980. Surgem os punks. Mais feios, mais sujos, mais pobres do que eles nunca se viu. Cabelos penteados em porco espinho, às vezers tingidos de verde, amarelo e vermelho. Pele branca, roupa negra. Crucifixos, suásticas, esqueletos, bem como giletes, cadeados e alfinetes de fralda são suas jóias.

As aparências não enganam. Indivíduos e grupos sempre exprimiram sua revolta contra as normas sociais através da roupa. Cada movimento de vestuário corresponde a um tipo de música, mentalidade e estética, sistemas inteiros de significação. Em A moral da máscara, Patrice Bollon acompanha estas manifestações que têm desafiado as normas de bom gosto vigentes. E nelas descobre uma insuspeitada relação com a história e a política.

No passado, os incroyables marcaram o fracasso da revolução "virtuosa" de Robespierre. Os românticos anunciaram o novo status do indivíduo. E os punks mostraram ao mundo que havia algo de podre no reino da Grã-Bretanha. Mas a antimoda também tem implicações econômicas. Os punks elevaram Londres à capital mundial do estilo alternativo, rivalizando com a moda mais institucional de Paris. Ao longo deste processo, os punks não desapareceram, pelo contrário, nunca foram tão numerosos, espalhados por Paris, Berlim, Nova Iorque e Brasil. Mas o punk triunfava como moda no mesmo momento em que morria como estilo e ameaça. Um fenômeno comum a todos estes movimentos rebeldes que desde do século XVII são analisados em A moral da máscara.

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Lina
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10/12/2010 22:41:19

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