A Metafísica da Gastronomia

A Metafísica da Gastronomia Marcelo Andrade


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A Metafísica da Gastronomia


Santo Tomás de Aquino à mesa




Boa parte das pessoas entende que a comida e a bebida servem apenas para a manutenção da vida, para o deleite sensorial e para a celebração da convivência social. Ainda que seja absolutamente costumeiro que uma refeição especial, digamos, um jantar no qual se celebrou um aniversário extrapole os limites da mera alimentação ou porque foi especialmente bom, ou porque foi muito alegre, ou porque evocou doces memórias, escapa a muitos indivíduos que se possa interpretar a comida e a bebida, que é possível abstrair informações ou conceitos delas tal qual se faz com outras artes, como a música, a literatura, a arquitetura etc. Também não pertence ao senso comum que existem na alimentação simbolismos e significados intensos como nessas mesmas artes. Parece estranho à primeira vista, ou até mesmo absurdo, que se possa fazer uma análise acurada das bebidas e das comidas postas na mesa e que elas encerram considerações filosóficas, ideológicas e religiosas.

Porém, esta interpretação é possível, desejável e é o mote deste trabalho introduzir o leitor na simbologia da gastronomia. Assim como a rosácea do gótico radiante é eivada de significados, lembrando a luz divina que é una e simples no seu princípio e se divide e se diversifica na medida em que as criaturas intelectuais se afastam como linhas de um centro, os alimentos e bebidas, guardada a devida proporção, também têm a sua bela simbologia. Santo Tomás de Aquino, por exemplo, ensinou que há simbolismo na alimentação quando analisou algumas comidas e bebidas em algumas questões da Suma Teológica e em outros trabalhos também, como nos comentários sobre o Evangelho de São João, no qual ele ensinou o seguinte sobre o vinho: sobre o vinho

"O vinho é áspero, e é a esse título que a Justiça é chamada vinho (...) por outro lado, 'o vinho alegra o coração do homem' (Sl 103,15). É nisto que a Sabedoria é vinho, porque sua meditação traz a alegria mais viva (...) Da mesma forma, o vinho inebria (...) por esta razão se diz que a caridade é um vinho (...) E a Caridade é dita ainda vinho em razão do ardor que ele produz." (Comentários sobre o Evangelho de São João, Cp. II, lição I, nº 347, Vol. I, pp. 331–332).

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