Três lunetas. A primeira revela toda a maldade e feiúra do mundo. Através da segunda, vislumbra-se tudo o que há de bom e belo. A tercera, finalmente, nos daria a exata medida das coisas, a visão do bom senso. Mas cada uma delas só pode ser usada durante três minutos por vez. Ultrapassado esse tempo, a responsabilidade do que se vê corre por conta e risco de quem as usa. Mas, convenhamos, quem resistiria a uma olhadinha a mais? Ninguém. Muito menos o pobre Simplício, que sofria de dois tipos de miopia: uma física e outra moral.
Literatura Brasileira / Romance / Fábula / Ficção