A Instituição Como Herança

Crise, conflitos, impasse elaborativo dos sujeitos e dos grupos na instituição, repetição de práticas inquestionáveis, falta de coerência teórico-clínica: mobilizando as dimensões traumáticas grupais, recentes e antigas, em particular por ocasião da saída ou da morte de uma figura fundadora, o dispositivo escolhido e a escuta analítica diacrônica abordam as representações e os afetos – até à paixão – investidos por cada sujeito nas fantasmáticas grupal e na mítica da instituição. São trabalhados o romance de sua fundação, o destino de seus idéias, a ritualidade de suas funções, as alianças inconscientes e particularmente aquelas que dependem da economia narcísica, e então se questiona aquilo que cada um, com os outros, faz da herança. O. Nicolle, R. Kaës, A.-M. Claquin, A. Missenard, M. Pichon e J. Villier – membros da Ceffrap – interrogam aqui, com F. Giust-Desprairies, L. Michel e J.-P. Pinel a problemática da transmissão e da transformação nas instituições. Relacionadas de diversos modos à psicanálise, suas escutas se encontram muitas vezes do outro lado dos contrapontos que alimentam a reflexão. Todos propõem, com efeito, uma exploração da procura, vias de intervenção e de elaboração que privilegiam os processos de simbolização efetuando-se pela verbalização de uma história partilhada, na qual os sujeitos podem agora tomar lugar.

Psicologia