Que força misteriosa te impelia a obedecer às ordens de pessoas tão desgraçadas como tu, tão nuas e miseráveis como tu? Para que serve o desejo de revolta se te recusas a revoltar-te quando estás saciado?
Se querer deveras é querer a eternidade do que se quer, é no confronto com esta impossibilidade consubstancial do desejo, reforçada ainda nesta vida de escritor pelo abandono e a morte, que se vai desenvolver toda a obra de Stig Dagerman, tornando o seu frente-a-frente com a morte – psíquica e física – ponto de partida de uma ligação apaixonada e inquieta, empenhada e crítica, íntima e partilhada, com a história contemporânea.
Romance