A história da prostituição do homem

A história da prostituição do homem Ronaldo Vieira


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A história da prostituição do homem


Alienação, religião, trabalho e fatores ligados à servidão humana.




O livro A História da prostituição do homem: alienação, religião, trabalho e fatores ligados à servidão humana, de Ronaldo Vieira, tem como um de seus principais objetivos atualizar algumas reflexões que julgamos importantes para o debate contemporâneo.
O autor, num primeiro momento da obra, reflete, entre outras coisas, o mundo da 'escravidão moderna'. Nessa medida, pautado por pensadores reconhecidos, mostra alguns aspectos da escravidão em sua modalidade mais antiga e faz algumas ligações com o a contemporaneidade. Considera, de forma lúcida, o quanto o homem, queira ou não, é determinado histórica e socialmente. Ou seja, somos mais determinados do que imaginamos. Engana-se quem pensa que é totalmente livre. Por quê? Porque há dimensões da humanidade e da história que nos foram impostas. Não escolhemos, antes do nascimento, o nosso país, a nossa família, em suma, como tantos pensadores já indicaram: nosso poder de escolha é muito pequeno. Quando crianças, mais do que nunca, é a vontade dos adultos que nos é imposta. Desde nossa forma de comportamento até muitas e muitas outras coisas. E ao longo de nossas vidas há poucos espaços de indeterminação para que possamos, efetivamente, exercer nossa liberdade.
Numa outra parte do livro o autor vai refletir, sempre tendo como fundamentação teórica pensadores sérios como Bauman, Foucault e outros, a situação mais atual do regime capitalista (imperialista?). Indica, por exemplo, o quanto o regime citado, muitas vezes de maneira sutil, escraviza e automatiza nossas ações. E nessa medida, traz para o debate duas questões importantes: consumo e globalização. O capitalismo aliado a um sistema político neoliberal, em nome de lucro e produtividade, mascara valores, ideais e projetos. Ou seja, para o mundo contemporâneo, de uma maneira mais geral, sucesso está perversamente aliado a bens de consumo e altos salários. O dinheiro em sua faceta mais cruel. E, fatalmente, acaba desconsiderado os valores imateriais como felicidade, bem estar e todos aqueles que fariam da humanidade uma coletividade mais solidária, feliz e igualitária.
O dinheiro em sua face mais crua, sabe-se, não resolve, nem de longe, problemas do ser humano. Lembremos, acima de qualquer coisa, que grande parte de pessoas ricas sofrem de depressão e muitos outros males. Se dinheiro resolvesse todos os problemas não haveria rico infeliz e insatisfeito.
O trabalho na era moderna, mais do que nunca, é uma dimensão importante do ser humano. No entanto, o trabalho deveria ser visto enquanto parte de um projeto social que visasse a igualdade e os bens de consumo melhor distribuídos. Entretanto, ressalta o autor, o que se apresenta em quadros estatísticos é a crescente desigualdade social e, consequentemente, entre os continentes que integram o planeta. Haja vista as denominações pejorativas, como por exemplo, primeiro mundo, terceiro mundo e outras que reforçam a competição e as camadas mais desiguais que integram 'nosso admirável mundo novo', como já disse um grande pensador-escritor.
As grandes mudanças sociais e históricas trazidas pela internet também são pensadas pelo autor. Isto é, o velho enigma: em que medida a internet beneficia a humanidade? Quais os graus, muitas vezes ocultos, de interferência real teria o alcance da internet? A comunicação mais imediata e concreta, realmente, nos levaria a um mundo mais humano? Será que a humanidade conseguirá chegar a um estágio em que os valores atuais sejam, ao menos , repensados de forma justa e crítica? Esta e tantas outras questões importantes nos levam a pensar o texto de Ronaldo Vieira.

Profa. Dra. Ana Maria Haddad Baptista

Sociologia

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Ronaldo
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31/01/2017 11:06:15

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