Entre 1914 e 1918 Portugal enviou mais de 20 mil soldados para Moçambique com o objetivo de garantia a defesa da colônia, face aos alemães. Apesar da sua superioridade em número e no equipamento, os soldados portugueses foram condenados a uma missão impossível. As divisões internas, o desleixo com as regras sanitárias, a impreparação para as doenças tropicais, as dificuldades de um país arruinado para manter duas expedições a milhares de quilómetros de distância, a incompetência e a falta de vontade em combater tornaram a aventura moçambicana num dos maiores desastres de sempre das tropas nacionais. Na Primeira Guerra Mundial morreram, em Moçambique, mais portugueses do que na frente europeia.
Nascido da série de reportagens homónima que valeu ao autor o Prémio Gazeta de Imprensa em 2015, A Guerra que Portugal quis Esquecer relata as memórias dos soldados, as denúncias de cobardia e de incompetência das chefias e a vergonha das derrotas, fazendo justiça a uma parte da História que o Estado Novo tentou apagar.
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