A física pré-quântica supunha como evidente que a situação no espaço individualizava os corpúsculos como ela individualiza os corpos na escala comum. Bastava que dois objetos estivessem em lugares diferentes para que fossem diferentes e, se eram diferentes, estavam necessariamente em lugares diferentes. O lugar exato era um sinal essencial. [...] Já não é mais assim: dois objetos podem ser espacialmente idênticos, geometicamente indiscerníveis, de um modo que nenhuma experiência pode distingui-los. [...] Precisamos, pois, proceder experimentalmente seguindo uma lenta e regular redução de erro, por meio de uma conquista das probabilidades positivas. O mais real é o mais retificado, e não existe conhecimento primitivo que seja conhecimento realista. A realidade máxima está no término e não na origem do conhecimento.